Programa revela o que está por trás das fumaças preta e branca durante a votação do novo pontífice
Deriky Pereira

Você sabia que a escolha do novo papa também tem um pouco de ciência? Foi com essa pergunta que os apresentadores abriram edição de número 289 do Minutos da Ciência, que foi publicado nesta sexta-feira (9) nas redes sociais de Fapeal e de Fapeal em Revista. E a resposta está na Química.
Um novo papa é escolhido a partir do Conclave, palavra que vem do latim cum clavis e significa “fechado à chave”. Na ocasião, 133 cardeais de 70 países se isolam na Capela Sistina. no Vaticano, para, então, decidirem numa votação que dura de 2 a 3 dias. Durante esse período, o mundo vai acompanhando a descoberta de quem será o novo papa por meio de uma fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. E é aí que a Ciência entra.
“São dois tipos de fumaça, a preta e a branca. A preta indica a falta de consenso entre os cardeais, é produzida pela queima de materiais ricos em carbono e que geram partículas escuras em suspensão no ar. Já a fumaça branca, a que sinaliza a escolha do novo papa, pode ser gerada por diferentes processos químicos”, explicaram os apresentadores.
Sobre as fumaças
Um dos métodos empregados atualmente sobre a fumaça preta envolve a combustão de perclorato de potássio, enxofre e compostos aromáticos como naftaleno, o que faz surgir a fumaça densa e escura por conta da combustão incompleta e à formação de fuligem. No entanto, um desafio químico desse processo é que, se a combustão for mais completa, a produção de fuligem diminui, tornando a fumaça acinzentada à medida que se dissipa no ar, como informou o Conselho Federal de Química (CFQ).
Já com a fumaça branca, um dos processos envolve a reação entre hexacloroetano e óxido de zinco, o que gera o cloreto de zinco. Esse composto é higroscópico, absorve umidade do ar e forma partículas suspensas, criando um aerossol branco que simula o efeito de fumaça densa. “Outra formulação possível utiliza clorato de potássio, lactose e colofónia que, ao queimarem, geram partículas brancas responsáveis pelo efeito visual estável e duradouro, como também destacou o Conselho Federal de Química”, contou Tárcila Cabral durante o programa.
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Habemus papam

O americano e cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido como o novo papa na última quinta-feira (8) após dois dias de Conclave. Ele escolheu o nome de Leão XIV. Ele é o primeiro pontífice da história da Igreja Católica nascido nos Estados Unidos e também tem cidadania peruana adquirida depois de anos em missão no país.
A eleição seguiu o mesmo padrão dos conclaves de 2005 e 2013, ocorrendo no segundo dia. Assim, o tradicional anúncio de ‘habemus papam’ se deu mais ou menos uma hora depois de a fumaça branca surgir da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano.
Em seu primeiro discurso, também na última quinta, Leão XIV falou de paz e defendeu uma Igreja Católica missionária. Ele também sinalizou dar continuidade ao legado de Jorge Bergoglio, o Papa Francisco, que morreu em 22 de abril, aos 88 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.