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Minutos da Ciência fala sobre o chamado “cérebro de grávida” e traz descobertas impressionantes

Pesquisa revelou mudanças em regiões ligadas à socialização e ao processamento emocional

Deriky Pereira

Íris Lisiê durante gravação

Atenção, gestantes! Cientistas descobriram que o chamado “cérebro de grávida” existe e coisas notáveis foram reveladas a partir daí. Foi com esse questionamento que a convidada especial Íris Lisiê, que está rumo aos nove meses de gestação, abriu a edição de número 297 do Minutos da Ciência publicado nas redes sociais de Fapeal e de Fapeal em Revista nesta terça-feira (27).

Baseados em 26 exames de imagem do cérebro de uma mulher saudável de 38 anos, pesquisadores descobriram mudanças em regiões ligadas à socialização e ao processamento emocional que ainda eram óbvias dois anos depois do parto. Agora, segundo eles, são necessários mais estudos em um número muito maior de mulheres para determinar o possível impacto dessas alterações cerebrais. “Essas descobertas são importantes para melhorar a compreensão dos primeiros sinais de depressão pós-parto e pré-eclâmpsia. E isso foi possível pela observação em tempo real”, complementou Íris.

Muitas gestantes afirmam ter “cérebro de grávida”, fenômeno conhecido em inglês como “baby brain“, para descrever sintomas como esquecimento, falta de atenção ou névoa mental. E o cérebro estudado na pesquisa revelada durante a edição desta terça, publicada na revista acadêmica Nature Neuroscience, é o da cientista Elizabeth Chrastil da Universidade da Califórnia.

Durante o estudo, foi descoberto que, em quase 80% das regiões do cérebro dela,  o volume de massa cinzenta — que controla o movimento, as emoções e a memória — diminuiu em cerca de 4%, apresentando uma pequena recuperação após a gravidez. Mas houve aumento na integridade da massa branca — que é uma medida da saúde e qualidade das conexões entre as regiões do cérebro — no primeiro e segundo trimestres da gestação que voltaram aos níveis normais após o parto.

E mais: Estudos em roedores sugerem que as alterações podem tornar as futuras mães mais sensíveis a cheiros e propensas a cuidar e a aninhar. Mas os seres humanos, segundo a cientista estudada, são muito mais complicados. “O próximo passo é coletar imagens detalhadas do cérebro de 10 a 20 mulheres e depois fazer uma amostra maior”, concluiu Íris.

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