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Minutos da Ciência revela dados preocupantes de pesquisa sobre consumo de ultraprocessados

Pesquisa publicada na American Journal of Preventive Medicine mostrou que comer esses alimentos aumenta risco de morte precoce

Deriky Pereira

Foto: Reprodução/iStock Getty

Atenção! Comer alimentos ultraprocessados aumenta o risco de morte precoce. Foi com esse alerta que os apresentadores deram início ao programa de número 322 do Minutos da Ciência, publicado nesta terça-feira (9) nas redes sociais de Fapeal e de Fapeal em Revista. E a frase é a conclusão de um estudo recente liderado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicado na American Journal of Preventive Medicine.

O estudo, que conta com dados de consumo alimentar em oito países, incluindo o Brasil,mostrou que a cada 10% de aumento no consumo ultraprocessados, o risco prematuro de morte sobe 3%. Além disso, estimou que conforme a quantidade de ultraprocessados na dieta em cada país, as mortes precoces que podem ser atribuídas a esses alimentos variam de 4% até cerca de 14%.

“Os alimentos ultraprocessados são formulações industriais feitas a partir de substâncias derivadas de alimentos e aditivos alimentares cosméticos, com pouco ou nenhum alimento in natura ou minimamente processado. Ou seja, eles são alimentos frequentemente ricos em energia e, ao mesmo tempo, desequilibrados nutricionalmente, pois têm altos índices de sódio, gorduras e açúcar”, explicaram os apresentadores.

Efeitos do consumo na saúde

O estudo mostrou ainda que os efeitos do consumo de ultraprocessados sobre a saúde são múltiplos e provavelmente mediados por diferentes mecanismos biológicos, químicos, físicos e comportamentais. Entre eles, a substituição de alimentos frescos e minimamente processados na dieta, o perfil nutricional desequilibrado e as mudanças físicas na matriz dos alimentos. “Por exemplo, o suco de maçã, frequentemente usado como adoçante natural, contém principalmente frutose livre, enquanto comer uma maçã desencadeia uma resposta de absorção diferente por conta de suas fibras e outros componentes naturais”, alertaram os apresentadores.

Assim, os resultados apontam a importância de os alimentos ultraprocessados sejam reconhecidos como fatores de risco para doenças em todos os países e que sejam tratados como tal, priorizando medidas regulatórias e fiscais em termos de políticas públicas que, além de promover escolhas alimentares mais saudáveis, incentivem o não consumo desses alimentos.

Guia Alimentar

E os pesquisadores frisam que é necessário educar e informar a população seguindo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, documento que visa fazer da base da dieta os alimentos in natura e minimamente processados e evitar os ultraprocessados, mas essas escolhas dependem muito do ambiente alimentar promotor de escolhas saudáveis.

Clique aqui e assista ao programa na íntegra.