Estudo com pouco mais de mil voluntários foi publicado na Frontiers of Psychology
Deriky Pereira

Você costuma ter pesadelos? Saiba que isso pode estar ligado ao consumo de laticínios! Foi com esta pergunta que abrimos a edição de número 311 do Minutos da Ciência, publicado na última terça-feira (29), nas redes sociais de Fapeal e de Fapeal em Revista. E a resposta vem de um estudo recente publicado na Frontiers of Psychology com 1.082 voluntários.
A pesquisa mostrou que a gravidade dos pesadelos está fortemente associada à intolerância à lactose e a outras alergias alimentares por conta dos distúrbios digestivos que a intolerância causa durante a noite. Além disso, questionou os voluntários sobre o tempo e a qualidade do sono, sonhos e pesadelos, além de qualquer associação percebida entre os diferentes tipos de sonhos e diferentes alimentos.
Um terço dos entrevistados relatou ter pesadelos regularmente e as mulheres apresentaram maior propensão a lembrar dos sonhos, os ruins e os pesadelos, além de maior número de intolerâncias ou alergias alimentares. “Cerca de 40% dos entrevistados acreditam que comer tarde da noite ou comer determinados alimentos afeta o sono; outros 25%, porém, acreditam que alguns alimentos poderiam, sim, piorar a qualidade do sono”, explicou Tárcila Cabral.
A maioria dos participantes que culpou a comida pelo sono ruim achou que os responsáveis eram doces, alimentos picantes ou laticínios. E somente 5,5% dos entrevistados acreditavam que as emoções expressas nos sonhos poderiam ser condicionadas pela alimentação. “Mas as mesmas pessoas alegaram que doces ou laticínios tornavam seus sonhos mais perturbadores ou bizarros”, complementou a apresentadora Karla Mendonça.
Quando comparados os relatos de intolerância alimentar com dados sobre sono e pesadelos, o estudo concluiu que pesadelos são piores para pessoas com tem intolerância à lactose que apresentam sintomas gastrointestinais graves. Apesar disso, os pesquisadores apontam que não está muito claro como a relação entre sono e dieta funciona. É que é possível que as pessoas durmam menos porque se alimentam menos, mas pode ser que não se alimentem bem porque não dormem bem, ou que outro fator influencie tanto o sono quanto a dieta.
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