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Minutos da Ciência fala sobre a relação entre o paracetamol e o autismo

Em discurso, Donald Trump fez associação do medicamento ao Transtorno do Espectro Autista, entenda conosco

Deriky Pereira

Foto: Reprodução/Getty Images

Paracetamol e autismo: Qual a relação entre eles? Foi com esse questionamento que a apresentadora Karla Mendonça deu início ao programa de número 328 do Minutos da Ciência, publicado nas redes sociais de Fapeal e de Fapeal em Revista na última terça-feira (30). O tema foi posto em destaque por conta de um discurso do presidente americano, Donald Trump, contra o uso do Tylenol, conhecido como paracetamol aqui no Brasil, por mulheres grávidas por causa de um suposto risco aumentado de autismo em crianças.

No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que não há evidencias científicas que concluam a veracidade desta desinformação. “Em nota, a OMS explicou que as causas do autismo não foram estabelecidas e entende-se que há múltiplos fatores que podem estar envolvidos. Afirmou, ainda, que todo medicamento deve ser usado com cautela na gravidez e recomendou que grávidas sigam os conselhos dos profissionais da saúde”, revelaram as apresentadoras Karla e Maryana Fagundes durante o programa.

O paracetamol é um dos analgésicos e antitérmicos mais consumidos no mundo, usado para tratar dores e febre. Ele também é reconhecido por ter uso seguro na gravidez, já que especialistas alertam que gestantes não devem usar anti-inflamatórios não esteroidais, como o ibuprofeno. Apesar de ser seguro e poder ser usado sob prescrição médica por grávidas, o risco de impacto do uso do paracetamol no desenvolvimento fetal vem sendo cada vez mais estudado. Mas não há evidências conclusivas que o seu uso durante a gestação provoque autismo, que é uma condição do desenvolvimento neurológico conhecida como Transtorno do Espectro Autista e que se manifesta de formas muito diferentes em cada pessoa.

Considerações sobre o autismo

Para algumas pessoas, o autismo profundo significa não falar e ter deficiência intelectual, mas a grande maioria das pessoas no espectro apresenta efeitos mais leves. E a literatura médica diz que o transtorno do espectro autista é decorrente de alterações no desenvolvimento do cérebro durante o início da vida.

Cientistas também vêm realizando, nas últimas duas décadas, estudos rigorosos e em larga escala para saber se algum aspecto de vacinação poderia causar o autismo, mas até o momento, nenhum deles mostrou qualquer relação entre o desenvolvimento do espectro autista e as vacinas aplicadas durante a gravidez ou depois do nascimento.

E olha essa: segundo Arthur Ataíde Garcia, vice-presidente da Autistas Brasil, o primeiro mapeamento sobre desinformação e autismo da América Latina e Caribe apontou que o Brasil é o líder em relação à disseminação de falsas causas e falsas curas para o autismo.

Clique aqui e acompanhe o programa na íntegra.